O único modo de evitar os erros é adquirindo experiência; mas a única maneira de adquirir experiência é cometendo erros.
Fazendo História e criando novos caminhos...
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
De volta ao fardo do homem branco: o novo imperialismo e suas justificativas culturalistas
A dominação européia na África
Completou a Conferência de Berlim uma outra, ainda mais sinistra e ameaçadora, do ponto de vista africano: a de Bruxelas, em 1890. Chamaram-lhe sintomaticamente Conferência Anti-Escravagista, e o texto que nela se produziu é um violento programa colonizador. Tudo dentro da melhor lógica política, pois afinal fora em nome da luta contra o tráfico negreiro e a escravidão que a Europa começara a ocupar a África. Como os europeus partiam do princípio, de todo equivocado, de que na África não havia governos, o artigo primeiro da Ata Geral da Conferência recomendava a "organização progressiva dos serviços administrativos, judiciais, religiosos e militares nos territórios sob a soberania ou o protetorado de nações civilizadas'', a instalação de fortes no interior do continente e nas margens dos rios, a construção de estradas de ferro e de rodagem e a proteção da livre navegação pelas vias fluviais, ainda que em áreas sobre as quais os europeus não tinham sequer arremedos de jurisdição. Uma das principais disposições era aquela que restringia a compra de armas de fogo pelos africanos, por serem eles instrumentos de escravização.
Imposto o domínio colonial, a consciência européia deixou de considerar urgente o fim da escravidão. Esta continuou a existir como atividade legal até 1901 no sul da Nigéria, até 1910 em Angola e no Congo, até 1922 em Tanganica, 1928 na Serra Leoa e 193.5 na Etiópia; e subsistiu de facto por muito mais tempo, até quase os nossos dias no Sudão e até ontem na Mauritânia. Novas formas de servidão viram-se, além disso, criadas pelos administradores coloniais, como o trabalho compulsório, de que deu testemunho, entre tantos outros, o André Gide das páginas indignadas de Voyage au Congo e Le Retour du Tchad.
Os impérios, reinos e cidades-estado da África eram entidades políticas inexistentes para os diplomatas europeus que participaram das Conferências de Berlim e de Bruxelas. Não os tinham como interlocutores. Mas, quando seus países tiveram de ocupar os terrenos que dividiram no mapa, e seus militares de tornar efetivos tratados de protetorado que para os soberanos da África eram contratos de arrendamento ou empréstimo de terras, toparam a resistência de estados com firmes estruturas de governo e povos com forte sentimento nacional.
Venceram-nos, graças aos fuzis de cartucho e de fechadura a ferrolho, à metralhadora e aos canhões sobre rodas, contra os quais os africanos opunham a lança, a azagaia, o arco-e-flecha, as espingardas de pederneira ou de agulha e cápsula fulminante, que se carregavam pela boca, e os velhos canhões imobilizados no solo ou de difícil transporte. Venceram-nos porque souberam jogar os povos vassalos contra os senhores e os inimigos tradicionais uns contra os outros. Assim, os britânicos usaram os ibadãs contra Ijebu Ode e os fantes contra os achantis. Assim, os franceses juntaram às suas tropas as de Quêto, para dar combate ao Danxomé, e as bambaras, para fazer frente aos tucolores de Ahmadu. Venceram-nos, mas algumas vezes com grande dificuldade e após demorada luta.
Texto adaptado
Alberto da Costa e Silva, O Brasil, a África e o Atlântico no século XIXterça-feira, 18 de outubro de 2011
A conquista do Oeste e os filmes western
“Se esse homem sobreviver, ele virá aqui, pegará suas coisas e vai dizer ‘eu tenho que ir’. Esses têm algo a ver com a morte”
Era Uma Vez no Oeste é um dos filmes mais tristes de todos os tempos. Leone filmou uma ópera, uma poesia sobre o fim da época do western, no tempo em que os filmes de cowboys estavam escasseando. O filme é centrado em cinco personagens: Harmonica (Charles Bronson), Cheyenne (Jason Robards), Jill (Claudia Cardinale), Frank (Henry Fonda) e Morton (Gabriele Ferzetti). Morton, um aleijado, é o responsável pela ferrovia e os trens, um homem de negócios. Frank é o pistoleiro que trabalha para Morton indo acertar contas (leia-se “matar”) pelos eventuais tropeços aos tratos impostos pelo homem de negócios. Bronson é um homem misterioso de raízes indígenas, que anda sempre tocando uma gaita. Quando Frank questiona seu nome, ele responde nomes “de pessoas que estavam vivas até te encontrar, Frank”. Jill é uma mulher de New Orleans que se casou com um irlandês e ia morar no campo. O irlandês é Brett McBain, e estava desenvolvendo terras no meio do nada, que pela localização geográfica, futuramente seriam uma estação de trem. A estação não estava pronta no tempo prometido para Morton, então Frank tornou Jill uma viúva (o massacre da família, do marido e das crianças e a revelação dos olhos azuis de Fonda no assassino é uma das cenas mais terríveis já vistas em um filme). E Cheyenne é um notório bandido que acaba envolvido nessa história por conta de evidências falsas criadas por Frank. Esse é um dos temas mais recorrentes na cinematografia mundial, sempre memorável por gerar obras-primas: o efeito destruidor que o tempo faz no ambiente que as pessoas vivem, e a dificuldade em se adaptar a isso.Era Uma Vez no Oeste é uma poesia de 165 minutos em homenagem a todos esses que têm algo a ver com a morte. À violenta época dos xerifes e foras-da-lei, que já entraram imortalizados no imaginário popular pelo cinema. Esses mocinhos e bandidos que fizeram a festa nas salas de cinema durante mais de vinte anos, e que hoje, estão ausentes. O gênero está desgastado e é visto com maus olhos por parte da nova geração. O filme se situa em uma época onde a civilização estava chegando ao violento Velho Oeste. E o arco dramático do filme é centrado em três personagens que estão cada vez mais desolados e deslocados devido à esta mudança.
terça-feira, 4 de outubro de 2011
Vargas criou sua imagem de “pai dos pobres”, “salvador da pátria”, e com isso, conseguiu grande apoio da população. Porém havia muita contradição, pois o presidente tinha apoio do exército e das oligarquias, sendo que essas últimas também apoiavam a República Velha, a qual Vargas prometeu esquecer completamente e conduzir um novo tipo de governo.
Havia muita censura e repressão, ocasionando uma ausência na liberdade de imprensa, fazendo com que as classes sociais não obtivessem meios de expor seus pensamentos a respeito do governo de forma direta. O que as pessoas falavam no dia-a-dia não podia ser exposto em sua totalidade nos meios de comunicação, e dessa forma Vargas se mantinha muito solidamente no poder, com apoio das poderosas correntes já citadas [exército e oligarquias] e tendo como principal oposição os comunistas, os quais o governo fazia propaganda negativa classificando-os como “terroristas”, “malvados” etc.
Crise do Império brasileiro ou Por quê o Imperador caiu?
NOVAES, Carlos Eduardo & LOBO, César. História do Brasil para principiantes. São Paulo, Ática, 2003..
A charge retrata o contexto histórico da queda da monarquia brasileira, no qual a realeza perde o apoio de 3 grupos sociais muito importantes: os militares, a Igreja Católica e os fazendeiros.