Fazendo História e criando novos caminhos...

Esse blog é um espaço destinado àqueles que curtem História, buscando conhecimentos e novas formas de entender esse mundo. Venha trilhar esses caminhos de descoberta e aprendizado!
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Atenção alunos! Os trabalhos sobre os filmes já estão publicados nas páginas de cada série. Bom trabalho!

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

De volta ao fardo do homem branco: o novo imperialismo e suas justificativas culturalistas

A idéia de que a missão civilizadora sobre as populações não brancas
submetidas aos impérios coloniais era o fardo do homem branco se apoiava largamente
nas teorias raciais que grassavam no campo científico europeu e norte–americano na
virada do século XIX para o século XX. De acordo com Catherine Coquery-Vidrovitch,
foi o naturalista Buffon (1707-1788) o primeiro a introduzir, em sua Histoire Naturelle,
o conceito de raça, ainda que explicasse as variações físicas e de costumes das diversas
populações humanas a partir do clima. De modo geral, no pensamento do século XVIII,
esse tipo de teoria para explicar a diversidade humana se apoiava em três critérios de
diferenciação: o clima, a cultura e a raça. Já no século XIX, principalmente a partir da
publicação da obra de Darwin, A origem das espécies, em 1859, o critério racial passa a
dominar. Esse fenômeno se relaciona com a expansão da conquista imperialista na
segunda metade do século:
“O drama foi que, graças à onda da expansão colonial da segunda parte
do século, a revelação da seleção natural das espécies, que envolve
conquista, dominação e destruição, foi transposta para o curto prazo
pelos sociólogos darwinianos: na selva das lutas entre classes, nações e
raças, tornava-se normal e justificado não só que os vencedores
dominassem os povos inferiores, mas também que os eliminassem em
benefício da sobrevivência da espécie humana a longo prazo.”
O racismo serviu assim como justificativa ideológica para associar o domínio
colonialista, a conquista e subjugação de povos não-europeus com uma missão
civilizadora, ligada aos valores do progresso econômico, do avanço científico, da ordem
política liberal e do cristianismo. Esses eram os valores que a propaganda imperial
alegava serem levados aos nativos da África e da Ásia, selvagens, desorganizados,
atrasados, incapazes de se auto-governarem e pagãos. Eles serviam tanto para legitimar
a “ajuda” dos que se sujeitavam quanto a repressão daqueles que se colocavam contra o
colonialismo.
Adriana Facina
texto adaptado

A dominação européia na África

Na penúltima década do século XIX acelerou-se a corrida pela divisão da África. De fuzil apontado ao peito, sobas africanos cediam o poder a comandantes de tropas européias. Outros assinavam tratados de proteção, na ignorância de que transferiam aos estrangeiros a soberania sobre suas terras e suas gentes: julgavam estar arrendando ou cedendo para uso provisório um pedaço grande ou pequeno de solo, como de praxe, quando um estrangeiro pedia o privilégio e a honra de viver e comerciar entre eles. Não deixavam de espantar-se, por isso, quando dois grupos de brancos de língua diferente disputavam entre si, e às vezes com violência, essa honra e esse privilégio, em vez de em paz compartilhá-los. De vários dos grandes reis africanos as intenções européias não passaram, porém, despercebidas.

Completou a Conferência de Berlim uma outra, ainda mais sinistra e ameaçadora, do ponto de vista africano: a de Bruxelas, em 1890. Chamaram-lhe sintomaticamente Conferência Anti-Escravagista, e o texto que nela se produziu é um violento programa colonizador. Tudo dentro da melhor lógica política, pois afinal fora em nome da luta contra o tráfico negreiro e a escravidão que a Europa começara a ocupar a África. Como os europeus partiam do princípio, de todo equivocado, de que na África não havia governos, o artigo primeiro da Ata Geral da Conferência recomendava a "organização progressiva dos serviços administrativos, judiciais, religiosos e militares nos territórios sob a soberania ou o protetorado de nações civilizadas'', a instalação de fortes no interior do continente e nas margens dos rios, a construção de estradas de ferro e de rodagem e a proteção da livre navegação pelas vias fluviais, ainda que em áreas sobre as quais os europeus não tinham sequer arremedos de jurisdição. Uma das principais disposições era aquela que restringia a compra de armas de fogo pelos africanos, por serem eles instrumentos de escravização.

Imposto o domínio colonial, a consciência européia deixou de considerar urgente o fim da escravidão. Esta continuou a existir como atividade legal até 1901 no sul da Nigéria, até 1910 em Angola e no Congo, até 1922 em Tanganica, 1928 na Serra Leoa e 193.5 na Etiópia; e subsistiu de facto por muito mais tempo, até quase os nossos dias no Sudão e até ontem na Mauritânia. Novas formas de servidão viram-se, além disso, criadas pelos administradores coloniais, como o trabalho compulsório, de que deu testemunho, entre tantos outros, o André Gide das páginas indignadas de Voyage au Congo e Le Retour du Tchad.

Os impérios, reinos e cidades-estado da África eram entidades políticas inexistentes para os diplomatas europeus que participaram das Conferências de Berlim e de Bruxelas. Não os tinham como interlocutores. Mas, quando seus países tiveram de ocupar os terrenos que dividiram no mapa, e seus militares de tornar efetivos tratados de protetorado que para os soberanos da África eram contratos de arrendamento ou empréstimo de terras, toparam a resistência de estados com firmes estruturas de governo e povos com forte sentimento nacional.

Venceram-nos, graças aos fuzis de cartucho e de fechadura a ferrolho, à metralhadora e aos canhões sobre rodas, contra os quais os africanos opunham a lança, a azagaia, o arco-e-flecha, as espingardas de pederneira ou de agulha e cápsula fulminante, que se carregavam pela boca, e os velhos canhões imobilizados no solo ou de difícil transporte. Venceram-nos porque souberam jogar os povos vassalos contra os senhores e os inimigos tradicionais uns contra os outros. Assim, os britânicos usaram os ibadãs contra Ijebu Ode e os fantes contra os achantis. Assim, os franceses juntaram às suas tropas as de Quêto, para dar combate ao Danxomé, e as bambaras, para fazer frente aos tucolores de Ahmadu. Venceram-nos, mas algumas vezes com grande dificuldade e após demorada luta.


Texto adaptado

Alberto da Costa e Silva, O Brasil, a África e o Atlântico no século XIX

Estudos Avançados

Print version ISSN 0103-4014

Estud. av. vol.8 no.21 São Paulo May/Aug. 1994

terça-feira, 18 de outubro de 2011

A conquista do Oeste e os filmes western

“Se esse homem sobreviver, ele virá aqui, pegará suas coisas e vai dizer ‘eu tenho que ir’. Esses têm algo a ver com a morte”

Era Uma Vez no Oeste é um dos filmes mais tristes de todos os tempos. Leone filmou uma ópera, uma poesia sobre o fim da época do western, no tempo em que os filmes de cowboys estavam escasseando. O filme é centrado em cinco personagens: Harmonica (Charles Bronson), Cheyenne (Jason Robards), Jill (Claudia Cardinale), Frank (Henry Fonda) e Morton (Gabriele Ferzetti). Morton, um aleijado, é o responsável pela ferrovia e os trens, um homem de negócios. Frank é o pistoleiro que trabalha para Morton indo acertar contas (leia-se “matar”) pelos eventuais tropeços aos tratos impostos pelo homem de negócios. Bronson é um homem misterioso de raízes indígenas, que anda sempre tocando uma gaita. Quando Frank questiona seu nome, ele responde nomes “de pessoas que estavam vivas até te encontrar, Frank”. Jill é uma mulher de New Orleans que se casou com um irlandês e ia morar no campo. O irlandês é Brett McBain, e estava desenvolvendo terras no meio do nada, que pela localização geográfica, futuramente seriam uma estação de trem. A estação não estava pronta no tempo prometido para Morton, então Frank tornou Jill uma viúva (o massacre da família, do marido e das crianças e a revelação dos olhos azuis de Fonda no assassino é uma das cenas mais terríveis já vistas em um filme). E Cheyenne é um notório bandido que acaba envolvido nessa história por conta de evidências falsas criadas por Frank. Esse é um dos temas mais recorrentes na cinematografia mundial, sempre memorável por gerar obras-primas: o efeito destruidor que o tempo faz no ambiente que as pessoas vivem, e a dificuldade em se adaptar a isso.

Era Uma Vez no Oeste é uma poesia de 165 minutos em homenagem a todos esses que têm algo a ver com a morte. À violenta época dos xerifes e foras-da-lei, que já entraram imortalizados no imaginário popular pelo cinema. Esses mocinhos e bandidos que fizeram a festa nas salas de cinema durante mais de vinte anos, e que hoje, estão ausentes. O gênero está desgastado e é visto com maus olhos por parte da nova geração. O filme se situa em uma época onde a civilização estava chegando ao violento Velho Oeste. E o arco dramático do filme é centrado em três personagens que estão cada vez mais desolados e deslocados devido à esta mudança.

“O ritmo do filme pretendeu criar a sensação dos últimos suspiros que a pessoa exala antes de morrer. Era Uma Vez no Oeste é, do começo ao fim, uma dança da morte. Todos os personagens, exceto Claudia (Cardinale), têm consciência de que não chegarão vivos no fim.” – Sergio Leone

Travessia do canal do Panamá


terça-feira, 4 de outubro de 2011

Getúlio Vargas
Político de características populistas, amparava-se no discursos voltado para as classes populares e trabalhadoras. Intitulava-se "Pai dos pobres".
A Era Vargas foi, sem dúvida, um dos períodos que a propaganda teve maior influência sobre as massas, no intuito de transmitir a imagem de um governo que faria o Brasil progredir, deixando para trás os rastros da República Velha, que não seriam retomados, pois eram considerados desgastados, ultrapassados.

Vargas criou sua imagem de “pai dos pobres”, “salvador da pátria”, e com isso, conseguiu grande apoio da população. Porém havia muita contradição, pois o presidente tinha apoio do exército e das oligarquias, sendo que essas últimas também apoiavam a República Velha, a qual Vargas prometeu esquecer completamente e conduzir um novo tipo de governo.

Havia muita censura e repressão, ocasionando uma ausência na liberdade de imprensa, fazendo com que as classes sociais não obtivessem meios de expor seus pensamentos a respeito do governo de forma direta. O que as pessoas falavam no dia-a-dia não podia ser exposto em sua totalidade nos meios de comunicação, e dessa forma Vargas se mantinha muito solidamente no poder, com apoio das poderosas correntes já citadas [exército e oligarquias] e tendo como principal oposição os comunistas, os quais o governo fazia propaganda negativa classificando-os como “terroristas”, “malvados” etc.

Crise no Império Brasileiro

A Questão Militar
A Questão religiosa
A Questão abolicionista

Crise do Império brasileiro ou Por quê o Imperador caiu?

NOVAES, Carlos Eduardo & LOBO, César. História do Brasil para principiantes. São Paulo, Ática, 2003..

A charge retrata o contexto histórico da queda da monarquia brasileira, no qual a realeza perde o apoio de 3 grupos sociais muito importantes: os militares, a Igreja Católica e os fazendeiros.