Fazendo História e criando novos caminhos...

Esse blog é um espaço destinado àqueles que curtem História, buscando conhecimentos e novas formas de entender esse mundo. Venha trilhar esses caminhos de descoberta e aprendizado!
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quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Imigração

Uma oportunidade. Clima tropical em abundancia. Riqueza mineral. No Brasil poderás ter o seu castelo. O governo dá terra e todas ferramentas. Estas eram algumas promessas para estimular a vinda de italianos para o Brasil. Aqui chegando a história era outra. As terras eram privilégios de latifundiários e as condições de trabalho muito semelhantes a de um escravo.

Ao longo de 130 anos, chegaram ao Brasil 1,3 milhões de imigrantes italianos. Hoje os dados indicam que os ítalo-descendentes representam cerca de 14,7 da população brasileira: 10 milhões em São Paulo, 4 milhões em Paraná, 3 no Rio Grande, 3 em Santa Catarina, 1.5 milhões em Minas Gerais.
Os imigrantes italianos iniciaram a chegar em Minas Gerais na década de 1880 e se dirigiram para Juiz de Fora e região de Zona da Mata, para Barbacena, São João Del Rei e a região das Vertentes e para o sul de Minas. Em 1900, já viviam no estado cerca de 70 mil italianos.

De onde vinham e para onde iam os escravos africanos durante o século XIX

O Processo de Abolição e a vinda dos imigrantes europeus

Na Lei de 1831 o Brasil havia se comprometido a acabar com o comércio negreiro em sua economia. Porém, os esforços do Estado se dirigiam para os conflitos do período regencial. Além disso, os juízes de paz, que deveriam infligir as penas aos infratores da lei, eram na maioria fazendeiros ou ligados a proprietários rurais escravagistas.

Lei Eusébio de QueirozAté 1850 o Brasil recebeu aproximadamente 3,5 milhões de africanos escravizados. A Lei Eusébio de Queiroz estabeleceu nesse ano medidas para reprimir o tráfico; um dos artigos determinava o julgamento dos infratores pelo Almirantado brasileiro, passando assim para o governo central o poder de julgar - antes conferido a júris locais. Os abolicionistas esperavam que quando o fornecimento de escravos parasse, a escravidão fosse sumindo gradualmente, o que não aconteceu.Lei do Ventre Livre

Em 28 de setembro de 1871 foi assinada a Lei do Ventre Livre, que declarava de condição livre os filhos de mulher escrava nascidos desde a data da lei. Os filhos de caso do ingênuo Faustinoescravos nascidos depois dessa lei foram denominados "ingênuos". Dependendo da manifestação do proprietário da mãe, o ingênuo deveria continuar "prestando serviços" até a idade de 21 anos, quando seria livre (ver caso do ingênuo Faustino).Mortalidade infantil

Após a Lei do Ventre Livre, o índice de mortalidade infantil entre os escravos na cidade de São Carlos oscilou em torno de 50%, com o passar dos anos que antecederam a abolição. Além das péssimas condições de vida, havia agora o descaso com os recém-nascidos.

As províncias cafeeiras protestavam contra a libertação. A escravidão era vista como coisa natural, integrada à rotina e aos costumes da sociedade colonial, portanto instituição necessária e legítima. A sociedade dependia do trabalho escravo para sua sobrevivência. Logo após a aprovação da Lei do Ventre Livre grande número de fazendeiros engrossa os movimentos republicanos provinciais; em São Carlos, o Partido Republicano foi fundado em janeiro de 1878. A resistência também acontecia através de associações.

Pela Lei do Sexagenário, de 1885, foram libertos todos os negros acima de 60 anos, mas os que estavam com idade entre 60 e 65 anos deveriam "prestar serviços por 3 anos aos seus senhores e após os 65 anos de idade seriam libertos. Poucos eram os escravos que chegavam a esta idade e os que assim se encontravam não tinham condições de garantir o próprio sustento, já precisando competir com os imigrantes que chegavam.Caricatura

Essa Lei também provocou descontentamento dos cafeicultores, pois no recenseamento de 1872 muitos agricultores haviam aumentado a idade de seus escravos para burlarem a rematrícula de 1872, escondendo os ingênuos introduzidos por contrabando, após a Lei Eusébio de Queiroz. Dessa forma, numerosos negros robustos e ainda jovens eram legalmente sexagenários. Seus proprietários tentaram anular a libertação sob alegação de que “fomos enganados em 1872”.

Nessa época, as zonas mais novas do oeste paulista se revelam mais dispostas à emancipação total dos escravos: ricas e prósperas, essas regiões já exerciam grande atração sobre os imigrantes europeus, achando-se melhor preparadas para a abolição e o regime de trabalho assalariado. Nem por isso aboliram plenamente a escravidão antes do 13 de maio de 1888.

Contrato para imigrantesAté a primeira metade do século XIX, a vinda de imigrantes para trabalhar na lavoura era um fenômeno espontâneo. Entre 1850 e 1870, prém, a imigração passou a ser promovida pelos latifundiários. Vindos primeiramente da Alemanha, sem sucesso, e logo depois da Itália, centenas de famílias, na maioria das vezes enganadas com contratos de trabalho quase escravo, os imigrantes ocuparam a maior parte do trabalho rural na economia cafeeira.

Os problemas com os empregadores, habituados com o trabalho escravo, fizeram com que muitos imigrantes rertornassem a seus países de origem. Intervieram então os consulados e entidades que visavam orientar e proteger os imigrantes.

O Conde do Pinhal foi o primeiro a trazer imigrantes europeus à cidade. Os primeiros imigrantes chegaram a São Carlos em 1876. Em 1886, quando se criou na cidade a Sociedade Promotora da Immigração, os imigrantes já eram 1/8 da população, a segunda taxa mais alta de imigrantes no Estado.

A partir de 1887, o abolicionistas, que atuavam nas cidades através de publicação de jornais e eventos que difundiam suas idéias, passam a atuar nas fazendas, promovendo fugas em massa e agindo de tal forma que os fazendeiros eram praticamente obrigados a contratar os próprios ex-escravos num regime assalariado. Não há notícias de fugas em São Carlos, embora o movimento tenha atingido Rio Claro e outras cidades vizinhas.Lei Áurea

Entre junho e julho de 1887, diversas cidades da província de São Paulo libertam seus escravos; a alforria era normalmente condicionada à prestação de serviços (em alguns casos, essa prestação de serviços implicava na servidão a outros membros da família do senhor). Em São Carlos, alguns fazendeiros de comum acordo libertaram plenamente seus escravos em dezembro de 1887. Em 13 de maio de 1888, 3.726 escravos na cidade foram libertos pela Lei Áurea.

O fim da escravidão se deu por caminhos diferentes dependendo da situação econômica da província - no caso de São Paulo, os escravos foram substituídos pelos imigrantes. Censo do Clube da Lavoura de São Carlos mostra que em 1874 aproximadamente 80% dos trabalhadores rurais eram negros. Em 1899, ainda segundo o Clube da Lavoura, havia 7% de trabalhadores negros, e 93% brancos - destes, 66,27% eram italianos (10.396 colonos italianos).

Relato ex-escravosDeixando as fazendas, os ex-escravos e seus descendentes se concentraram em determinadas regiões: na Biquinha, fonte próxima ao cemitério dos escravos da Fazenda do Pinhal, que ocupava as imediações da atual Cúria Diocesana e do Teatro Municipal - Vila Pureza - região da Santa Casa de Misericórdia atual.

A região que agora é próxima à Santa Casa era conhecida por Cinzeiro. Lá se acendiam fogueiras e havia batuques à noite. Mais tarde, os caminhos abertos pelos negros até esse local foram urbanizados, criando as primeiras ligações da Vila Pureza até a região da Estação Ferroviária.

No final do século, a irmandade de São Benedito conseguiu a posse das terras do primeiro cemitério da cidade, construindo nele a Igreja de São Benedito, importante marco de entrada da cidade, próximo à Estação Ferroviária.

http://www.icmc.usp.br/ambiente/saocarlos/?historia/o-processo-de-abolicao-e-a-vinda-dos-imigrantes-europeus

Usina de Belo Monte -

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Guerra do Vietnã: uma ferida ainda não cicatrizada.

Vinte e cinco anos depois, o legado deixado pela Guerra do Vietnã é o consenso entre milhões de americanos de que tudo não passou de um tremendo desperdício de vidas.

A Guerra do Vietnã é a maior e pior guerra na memória da maioria dos americanos.

Mesmo assim, o governo não programou comemorações especiais para marcar a passagem do seu vigésimo quinto aniversário.

O presidente Clinton sequer pretende fazer qualquer menção à Guerra do Vietnã no domingo. Num gesto simbólico, veteranos da guerra vão lavar o Memorial do Vietnã.

Mas isso será feito às 6 da manhã, quando o céu ainda está escuro.

Até mesmo a cobertura da mídia está se concentrando mais nas relações diplomáticas dos Estados Unidos com o Vietnã nos dias de hoje, ao invés de relembrar o conflito.

Mas a dor não pára. Vinte e cinco anos depois, qualquer brincadeira sobre a Guerra do Vietnã ainda é considerada de extremo mau gosto nos Estados Unidos.

As feridas ainda não cicatrizaram.

"Nossos livros de escola glorificam a guerra e escondem seus horrores. Eles incutem ódio nas veias das crianças. Eu preferiria ensinar paz do que guerra. Eu preferiria incutir amor do que ódio." (Albert Einstein)

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

O capitalismo no século XX


No século XIX a economia capitalista vivia a fase do capitalismo competitivo, onde cada ramo de atividade econômica era ocupada por um grande numero de empresas, normalmente pequenas, que concorriam intensamente entre si. O Estado quase não interferia na economia, limitando-se apenas à manutenção e funcionamento do sistema
A partir da Primeira Guerra Mundial, o capitalismo passou por várias mudanças, primeiramente os Estados Unidos, com enriquecimento alcançado com a venda de armas ao países combatentes da Guerra, passam a ocupar um lugar de destaque no mercado capitalista. em alguns ramos de atividade, o capitalismo deixou de ser competitivo para ser capitalismo monopolista de fato, essa transformação deu-se através de dois processos principais:

Várias empresas foram a falência, as maiores compraram a menores e outras se unificaram (surge a sociedade anônima). As grandes empresas passaram a controlar sozinhas um ramo de atividade.

Com as grandes crises econômicas ocorrida principalmente entre 1929 e 1933 o Estado passou a interferir na economia, exercendo influências decisiva em algumas atividades econômicas. Em alguns países o Estado passou a controlar os créditos, os preços, as exportações e importações, mas levando em conta os interesses das grandes corporações e dos países que ocupavam o centro do sistema.

O capitalismo do século XX passou a manifestar crises que se repetem a intervalos. O período que as separam tornam-se progressivamente mais curtas. O desemprego, as crises nos balanços de pagamentos, a inflação, a instabilidade do sistema monetário internacional e o aumento da concorrência entre os grandes competidores caracterizam as chamadas crises cíclicas do sistema capitalista.


O Consenso de Washington


Ao final do século XX, os Estados Unidos e a Inglaterra passaram a difundir a teoria neoliberal. Segundo esta teoria, para evitar futuras crises a receita seria privatizar empresas estatais que pudessem ser substituídas com vantagens pela iniciativa privada, aperto fiscal no sentido de zerar o déficit fiscal, controle da inflação, cambio flutuante e superávitis em comércio exterior.
Esta política passou por dois grandes testes: a crise dos países asiáticos e a crise da Rússia, que foram controladas com o auxílio do FMI, não sem antes de destruir quase a metade de seus PIB''s. Não sendo capazes, desta forma, de produzir uma recessão mundial.

Até o presente momento, pelo menos no âmbito econômico, esta receita parece ter surtido efeito, uma vez que após a implantação deste modelo novas crises não aconteceram. No entanto, a desigualdade social e a concentração de riquezas nas mãos de poucos têm aumentando progressivamente, de maneira que aproximadamente 1/3 da população mundial vive em absoluto estado de miséria, principalmente nas regiões da América Latina, África, Oriente Médio, Sudeste Asiático e Leste Europeu.
Século XXI


No final do século XX e início do século XXI, com o advento da globalização

algumas empresas que exerciam monopólio funcional em nível regional, começaram a enfrentar concorrência global e pressões maiores para se tornar atores do mercado globalizado.

Em função desta concorrência passou a haver um período de grandes fusões, onde empresas de atuação regional se fundiram para enfrentar a concorrência global.

Houve também, em reação as fusões regionais, grandes aquisições, onde empresas globais adquiriram empresas regionais, como forma de entrar rapidamente em mercados regionais.

A crise econômica europeia





quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Rússia: De superpotência à país em crise


Mas como passar de um sistema econômico em que o Estado é responsável por toda a economia para um sistema em que a iniciativa é livre e depende do cidadão?

Não é um processo fácil e, nos países recém-emancipados, a situação tornou-se caótica. A instabilidade política imperou nos primeiros momentos, especialmente com o golpe levado a cabo por Boris Yeltsin contra o Parlamento da Rússia, controlado por antigos membros do PC soviético, e com o domínio das políticas locais pelos antigos caciques dos PCs das repúblicas.

A corrupção, já endêmica na antiga URSS, alastrou-se por vários setores da sociedade. Aumenta a violência, com o surgimento de grupos mafiosos e o aumento do tráfico de drogas. Surgem grupos de novos-ricos, os chamados oligarcas, pessoas que pertenciam ao PC e conheciam quais ramos da economia possuíam maiores possibilidades de sucesso econômico e, da noite para o dia, arrebataram esses setores e tornaram-se milionários.

Os problemas econômicos se avolumam. A desativação do sistema de produção socialista implicou o fim dos subsídios estatais e o fechamento de dezenas de empresas e fábricas. Algumas chegaram a ser dadas aos antigos funcionários.

Os salários foram, num primeiro momento, desvalorizados pela inflação resultante da adequação da moeda russa (o rublo) às moedas internacionais. Muitos funcionários públicos ficam sem seus meios de sustentação. Volta o desemprego, gerando massas de miseráveis.

No campo, ocorre a desativação dos antigos sistemas socialistas, os kolkhozes (cooperativas agrícolas) e os sovkhozes (fazendas estatais), fazendo cair a produção agrícola de cereais. Por sinal, uma característica desse primeiro momento das repúblicas emancipadas foi a perda de cerca de 40% de seus PIBs (Produto Interno Bruto).

Sem dúvida alguma, as repúblicas da CEI, notadamente a Rússia, possuem um enorme potencial em riquezas minerais para impulsionar seu crescimento, mas sua utilização sofre outra ameaça: a degradação ambiental.

É sabido que a Sibéria possui vastas porções de seu território poluídas pelos métodos arcaicos de exploração e, entre o Casaquistão e o Uzbequistão, os projetos de irrigação de plantações de algodão praticamente secaram o Mar de Aral.

É dentro deste contexto que se observam problemas como o separatismo checheno, que leva terror à capital da Rússia, Moscou, e desencadeia forte repressão a esse povo, habitante da região do Cáucaso. Atacados pelo exército russo em 1996, os separatistas não se intimidam e respondem com ataques terroristas.

Uma nova reação do governo russo, já então presidido por Vladimir Putin, desencadeia mais um ataque entre o final de 1999 e princípio de 2000. Recentemente, instaurou-se uma crise política na Rússia que ganhou repercussão internacional, em decorrência de um acidente que provocou o naufrágio do submarino Kursk no Mar de Barents, resultando na morte de 118 marinheiros.

Fim da URSS

Fim da URSS
Queda do Muro de Berlim, em 1989, uma das consequências do fim da URSS.

A União Soviética foi um dos países mais importantes para a vitória dos Aliados na Segunda Guerra Mundial. Entretanto, também foi um dos países mais abalados economicamente. Mesmo assim, o governo de Joseph Stálin foi capaz de realizar um eficiente planejamento, colocar a URSS nos trilhos do desenvolvimento e a transformar em uma das grandes potências mundiais, ao lado dos Estados Unidos.

Após ter governado a URSS por 29 anos, Stálin morreu em 1953, sendo sucedido por Nikita Krushev. O governo de Stálin, embora tenha transformado a União Soviética em uma potência, foi marcado pelo autoritarismo, ditadura, falta de liberdade e corrupção. Krushev, quando assumiu o poder, decidiu acabar gradativamente com a política autoritária do governo anterior e procurou adotar uma política de paz com os países capitalistas.

No entanto, em 1964, Krushev foi deposto, sob a acusação de abuso de poder. Em seu lugar assumiu Leonid Brejnev, o qual governou até 1982. Foi justamente nessa época (por volta de década de 70) que os problemas econômicos e sociais se acentuaram. Em razão da URSS se manter isolada economicamente da maior parte do mundo, sua indústria se tornou atrasada. Se há alguns anos o país era um grande exportador de alimentos, o mesmo passou a ser importador. Com o declínio da atividade industrial e agrícola, surgiram inúmeros problemas sociais, principalmente o aumento do desemprego.

Após a morte de Brejnev, em 1982, Andropov e Constantin Tchernenko assumiram o governo. No entanto, foi em 1985, com a entrada de Mikhail Gorbatchev, que a União Soviética passou por bruscas mudanças políticas, econômicas e sociais. Ciente dos problemas que o país passava, Gorbatchev propôs dois planos: a perestroika (reestruturação) e a glasnost (transparência).

A perestroika nada mais era do que um conjunto de medidas que propunha modernizar e dinamizar a economia do país. Assim, o plano autorizava a existência de empresas privadas, a entrada gradual de multinacionais e estimulava a concorrência entre as empresas. Já a glasnost previa a diminuição da atuação do Estado na vida do cidadão, ou seja, nas questões civis. Por meio da glasnost, foi dada liberdade de expressão, os presos políticos foram soltos, entre outras medidas.

Com essas profundas mudanças, tornou-se claro que a União Soviética estava com seus dias contados. Temendo o quadro político que estava instalado na Rússia, as outras repúblicas começaram a exigir autonomia. Em 1991, quase todos os países já eram independentes. O fim definitivo da URSS foi oficializado em 21 de dezembro de 1991, com a criação da Comunidade dos Estados Independentes (CEI), organização supranacional formada por Rússia, Ucrânia, Bielo-Rússia, Cazaquistão e Uzbequistão.

As Constituições Brasileiras

1824

Outorgada (tornada pública) pelo imperador D. Pedro I.

Fortaleceu o poder pessoal do imperador com a criação do quarto poder (moderador), que permitia ao soberano intervir, com funções fiscalizadoras, em assuntos próprios dos poderes Legislativo e Judiciário.

Províncias passam a ser governadas por presidentes nomeados pelo imperador.

Estabeleceu eleições indiretas e censitárias (homens livres, proprietários e condicionados ao seu nível de renda).

1891

Promulgada pelo Congresso Constitucional , elegeu indiretamente para a Presidência da República o marechal Deodoro da Fonseca.

Instituiu o presidencialismo, eleições diretas para a Câmara e o Senado e mandato presidencial de quatro anos.

Estabeleceu o voto universal, não-obrigatório e não-secreto; ficavam excluídos das eleições os menores de 21 anos, as mulheres, os analfabetos, os soldados e os religiosos.

1934

Promulgada pela Assembléia Constituinte no primeiro governo de Getúlio Vargas.

Instituiu a obrigatoriedade do voto e tornou-o secreto; ampliou o direito de voto para mulheres e cidadãos de no mínimo 18 anos de idade. Continuaram fora do jogo democrático os analfabetos, os soldados e os religiosos. Para dar maior confiabilidade aos pleitos, foi criada a Justiça Eleitoral.

Instituiu o salário mínimo, a jornada de trabalho de oito horas, o repouso semanal e as férias anuais remunerados e a indenização por dispensa sem justa causa. Sindicatos e associações profissionais passaram a ser reconhecidos, com o direito de funcionar autonomamente.

1937

Outorgada (concedida) no governo Getúlio Vargas.

Instituiu o regime ditatorial do Estado Novo: a pena de morte, a suspensão de imunidades parlamentares, a prisão e o exílio de opositores.

Suprimiu a liberdade partidária e extinguiu a independência dos poderes e a autonomia federativa. Governadores e prefeitos passaram a ser nomeados pelo presidente, cuja eleição também seria indireta. Vargas, porém, permaneceu no poder, sem aprovação de sua continuidade, até 1945.

1946

Promulgada no governo de Eurico Gaspar Dutra, após o período do Estado Novo, restabeleceu os direitos individuais e extinguiu a censura e a pena de morte.

Instituiu eleições diretas para presidente da República, com mandato de cinco anos.

Restabeleceu o direito de greve e o direito à estabilidade de emprego após 10 anos de serviço.

Retomou a independência dos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e a autonomia dos estados e municípios.

Retomou o direito de voto obrigatório e universal, sendo excluídos os menores de 18 anos, os analfabetos, os soldados e os religiosos.

1988

Retomada do pleno estado de direito democrático após o período militar.

Ampliação e fortalecimento das garantias dos direitos individuais e das liberdades públicas.

Retomada do regime representativo, presidencialista e federativo.

Destaque para a defesa do meio ambiente e do patrimônio cultural da nação.

Garantia do direito de voto aos analfabetos e aos maiores de 16 anos (opcional) em eleições livres e diretas, para todos os níveis, com voto universal, secreto e obrigatório.

Reformas Constitucionais

1961

Adoção do parlamentarismo.

1963

Volta ao presidencialismo.

1964-1967

Com o golpe de Estado e até 1967, são decretados quatro atos institucionais que permitem ao governo legislar sobre qualquer assunto.

É instituída, entre outras coisas, a Lei de Greve e o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS); decretam-se o fim da estabilidade no emprego, as eleições indiretas para presidente da República e governadores de estados. O Poder Judiciário torna-se mais dependente do Executivo. São extintos os partidos políticos e é criado o bipartidarismo.

1967

Uma Carta constitucional institucionaliza o regime militar de 1964.

Mantêm-se os atos institucionais promulgados entre 1964 e 1967.

Fica restringida a autonomia dos estados.

O presidente da República pode expedir decretos-leis sobre segurança nacional e assuntos financeiros sem submetê-los previamente à apreciação do Congresso.

As eleições presidenciais permanecem indiretas, com voto descoberto.

1968

Ato Institucional nº.5

Suspensão da Constituição.

Poderes absolutos do presidente: fechar o Congresso, legislar sem impedimento, reabrir cassações, demissões e demais punições sumários, sem possibilidade de apreciação judicial.

1969

Nova emenda constitucional, que passou a ser chamada de Constituição de 1969. Foi promulgada pelo general Emílio Garrastazu Médici (escolhido para presidente da República por oficiais de altas patentes das três Armas e com ratificação pelo Congresso Nacional, convocado somente para aceitar as decisões do Alto Comando militar).

Incorporou o Ato Institucional nº. 5.

Mandava punir a todos que ofendessem a Lei de Segurança Nacional.

Extinguiu a inviolabilidade dos mandatos dos parlamentares e instituiu a censura aos seus pronunciamentos.

Suspendeu a eleição direta para governadores, marcada para o ano seguinte.

1979

Reforma da Constituição de 1969, em que é revogado o AI-5 e outros atos que conflitavam com o texto constitucional.

Quanto às medidas de emergência, o presidente poderia determiná-las, dependendo apenas da consulta a um conselho constitucional, composto pelo presidente da República, pelo vice-presidente, pelos presidentes do Senado e da Câmara, pelo ministro da Justiça e por um ministro representando as Forças Armadas.

O estado de sítio só poderia ser decretado com a aprovação do Congresso.

Fonte:

Montellato, Andrea; Cabrini, Conceição; Casteli Junior, Roberto - História Temática: O Mundo dos Cidadãos. Ed. Scipione, SP, 2000.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Programação Rede Brasil para Semana da Consciência Negra

Consciência Negra

Semana da Consciência Negra

Confira a programação especial da TV Brasil

Semana da Consciência Negra

TVE Brasil

Rede Minas Canal 9

Domingo, 20 de Novembro

DOC Especial: Cem anos sem Chibata

De Lá pra Cá: Cruz e Sousa

Cara e Coroa: Especial sobre racismo

DOC Especial: Nelson Mandela

Segunda, 21 de Novembro

Rede Jovem de Cidadania: Apresentação do Yorùbá Batá-Lèbé

Estúdio Móvel: Especial Semana da Consciência Negra

Animania: Consciência e Arte

Capoeira: Série com apresentação de Beto Simas

Terça, 22 de Novembro

Capoeira: Capoeira Angola e Capoeira Regional

Quarta, 23 de Novembro

Comentário Geral: Consciência

Capoeira: A divulgação da língua portuguesa

3 a 1: Consciência Negra

DOC Especial: Mama África

Quinta, 24 de Novembro

Capoeira: Histórias de vida e da capoeira

Sexta, 25 de Novembro

Programa Especial: Uma entrevista com Isabel Filardis

Capoeira: Reconhecimento e profissionalização

DOC Especial: Batatinha e o Samba Oculto da Bahia

Sábado, 26 de Novembro

Aglomerado: Luiz Melodia

Programa de Cinema: Orfeu Negro

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Entendendo a República Velha (1989/1930) através de charges e imagens

Essa não era a República de nossos sonhos....

Voto de cabresto, manipulação política e domínio das elites agrárias: estrutura política oligárquica e manipulação política.
“Sendo função social antes que direito, o voto era concedido àqueles a quem a sociedade julgava poder confiar a sua preservação. No Império, como na República, foram excluídos os pobres (seja pela renda, seja pela exigência da alfabetização), os mendigos, as mulheres, os menores de idade [menores de 21], as praças de pré (soldados e marinheiros), os membros de ordens religiosas. Ficava fora da sociedade política a grande maioria da população.
Algumas mudanças, como a eliminação do Poder Moderador, do Senado Vitalício e do Conselho de Estado e a introdução do federalismo, tinham sem dúvida inspiração democratizante, na medida em que buscavam desconcentrar o exercício do poder. Mas, não vindo acompanhadas por expansão significativa da cidadania política, resultaram em entregar o governo mais diretamente aos setores dominantes, tanto rurais quanto urbanos.”
(CARVALHO, José Murilo de. Os bestializados. O Rio de Janeiro e a República que não foi. 3ª Ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1989. pp. 43-46.)
Domínio político das oligarquias regionais e a política do café com leite.


Osvaldo Cruz é retratado de forma autoritária, dando ordem para que o mata-mosquito não perturbe o sossego dos ricos e concentre a atenção nas moradias dos pobres.
A questão social tratada como caso de polícia: exemplo a Revolta da Vacina e a violência contra a população pobre.

Durante a República Velha, o governo federal fez uso das forças armadas, não só para reprimir levantes liderados por militares ou chefes políticos regionais, mas também para combater movimentos populares sertanejos.

Até os marinheiros se revoltaram...


No sertão, os cangaceiros fizeram história, até serem capturados...



Mas as coisas não iam tão bem assim. Em 1930 as oligarquias começaram a ser questionadas.

E Getúlio Vargas deu um pontapé nas oligarquias, para ficar 15 anos no poder, pode?????



Nas cidades surgem Cafés. E o culto ao "ouro verde"

"No começo do século o Café Lamas é um cenáculo de (...) irrequietos boêmios: estudantes, artistas, bancários, rapazes do esporte, do funcionalismo público e do comércio. Funciona dia e noite. Suas portas não se fecham, nem se abrem. De tal sorte que, uma vez, quando se amotina a Escola Militar em 1904, durante a Revolta da Vacina e a notícia corre que, sob o comando do general Travassos, descem os alunos pela.rua da Passagem, caminho do Catete, as portas do estabelecimento, de tanto viverem sem (...) movimento, não podem fechar, perras, imobilizadas nos seus gonzos. E assim é que se manda chamar, para fazer movê-las, um esperto carpinteiro". (Luiz Edmundo.).
Na madrugada carioca, os caminhos de todos os boêmios convergiam, ziguezagueantes e trôpegos, para o Café Lamas. Depois da meia-noite era para ali que avançavam, a passo vacilante, notívagos e intelectuais saídos de outros Cafés famosos, como o Papagaio, o Cascata, o Café Paris e muitos mais.
Nos movimentados Cafés tomava-se de tudo, inclusive café, servido por ágeis e animados garçons, que talvez não tivessem plena consciência de seu papel na complexa estrutura econômica do Brasil, mas cuja função representava o último elo, fumegante, negro e aromático, da ampla cadeia do café.

Financiando, armazenando e vendendo, as Casas Comissárias reinam sobre o café

Contemplando certo edifício em Buenos Aires, Olavo Bilac - então em viagem oficial á Argentina - exclamava em 1910: "Casa querida! Como tu lembras, aqui, no estrangeiro, todas as casas da minha vida". Referia-se à sede do Café Paulista, empresa de comercialização fundada por Octaviano Alves de Lima na capital portenha. Notável propagandista, Alves de Lima conseguira aumentar o consumo do café brasileiro pelos argentinos, divulgando o slogan "Café Paulista (Brasil) - O melhor do mundo". O café era o símbolo do Brasil no exterior.



Entre a fazenda produtora e o consumidor estrangeiro, o café passava por uma série de etapas, mudando várias vezes de mão. Depois de conduzido em lombo de burros ou em carros de boi até a estrada de ferro mais próxima, que passava com freqüência pela própria fazenda, era embarcado em vagões, que desciam para o porto de Santos ou do Rio de Janeiro. Mas não era imediatamente exportado. Fazia, antes, um estágio nos armazéns de alguma Casa Comissária e era então vendido aos exportadores. Os comissários de café - geralmente comerciantes portugueses e brasileiros, ou grandes fazendeiros que diversificavam suas atividades metendo-se no comércio e fundando bancos - financiavam plantações sob hipoteca e por conta da produção a ser vendida. Vendendo o café aos exportadores, os comissários tiveram papel decisivo, particularmente no primeiro período de expansão dessa lavoura (final do século XIX), quando a maior parte dos fazendeiros ainda não se mudara para a cidade e vivia isolada nas casas-grandes de suas fazendas. .
Os comissários cobravam dos fazendeiros comissão pela venda, despesas de armazenamento e juros pelo financiamento da plantação. Houve um momento em que foi muito estreita a relação de dependência pessoal do produtor para com o comissário, tomando-se este uma espécie de conselheiro daquele. "Daí persistir em 1890 o costume de grandes casas comerciais hospedarem, nos seus andares superiores, senhores rurais ou pessoas de suas famílias. Quando em visita ás cidades, era aí ou nas próprias residências dos seus comissários (...) que se instalava essa gente do interior". (Gilberto Freyre.) '.
Entre as mais importantes Casas Comissárias estavam a Prado Chaves, que era também exportadora - chegando a exportar, em 1910, 1,5 milhão de sacas de café-, a Whitalter & Brotero, a Companhia Intermediária de Café de Santos e a Companhia Paulista de Armazéns de Santos, controlada por ingleses.
Embora a presença estrangeira pudesse ser notada entre os comissários, era, porém, no comércio de exportação que mais forte se fazia sentir sua intervenção. Das dez maiores firmas exportadoras, em 1907, apenas uma era brasileira, a Prado Chaves, que ocupava o sétimo lugar. Todas as outras, como a Theodor Wille (alemã) e a Neumann & Gepp (inglesa), pertenciam a estrangeiros. As vendas externas proporcionavam enormes lucros, pois a própria cotação do café era manipulada pelos exportadores, numa época em que as trocas de informações entre os continentes mostravam-se precárias.
Apesar das crises econômicas conjunturais, o consumo mundial de café crescia constantemente. Os lucros dos exportadores, entretanto, não subiam na mesma proporção, pois, entre 1891 e 1900, a exportação de 74 491 000 sacas de café rendeu a cifra de 4691906 contos de réis, enquanto na década seguinte, isto é, entre 1901 e 1910, houve uma queda para 4 179 817 contos de réis no pagamento da exportação de uma quantidade maior de café (130 599 000 sacas).

Primeiro astronauta a pisar na Lua lamenta preço da fama

Primeiro homem a pisar na Lua, Neil Armstrong, 75, acredita que sua fama não é merecida e rejeita a aura de celebridade que cercou a ele e sua família. "Eu não mereço isso", disse o recluso astronauta em entrevista ao programa "60 Minutes", que será exibida nos EUA no domingo.

"Eu não fui escolhido para ser o primeiro, fui escolhido apenas para comandar aquele vôo. As circunstâncias me colocaram naquele papel particular. Não foi planejado por ninguém", disse.

Armstrong comandou a missão da nave Apollo 11 à Lua, ao lado dos companheiros astronautas Buzz Aldrin e Michael Collins.

Nasa
Neil Armstrong, em 20 de julho de 1969, no módulo lunar Eagle
Neil Armstrong, em 20 de julho de 1969, no módulo lunar Eagle
Ele deixou o módulo lunar Eagle e, na superfície do satélite natural da Terra, em 20 de julho de 1969, assegurou seu lugar na história, com a frase memorável: "Este é um pequeno passo para o homem, um grande salto para a humanidade".

Um dos aspectos decepcionantes de sua fama, segundo Armstrong, foi a forma diferente como passou a ser tratado após o pouso histórico. "De repente, amigos e colegas passaram a nos olhar e a nos tratar de modo diferente", disse. "Eu nunca cheguei a entender isso."

Outra conseqüência foi o preço que sua família pagou por sua carreira. "O que me arrependo é que meu trabalho tenha tomado uma quantidade enorme do meu tempo e muitas viagens", afirmou. "Não passei o tempo que gostaria com meus filhos, enquanto estavam crescendo."

Armstrong teve dois filhos sua esposa Janet, com quem foi casado por 38 anos, e de quem se divorciou em 1994.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u13945.shtml


Apolo 11 – A Chegada do Homem à Lua


“Este é um pequeno passo para um homem, mas um enorme salto para a humanidade” foi a frase dita por Neil Armstrong, o primeiro astronauta a pisar na lua em 1969.

No dia 20 de julho comemora-se quarenta anos desse feito. Neil Armstrong, astronauta americano e piloto de avião, deixou seu nome e suas botas gravados na história, através da missão Apolo 11.

Com mais dois tripulantes, Edwin Aldrin e Michael Collins, Armstrong partiu para a viagem de oito dias sem saber se seria possível ou não pisar no satélite.

O foguete partiu da Flórida no dia 16 de julho, às 13h32min, do Centro Espacial Kennedy, podendo ser observado por centenas de milhares de pessoas. Foi feita uma transmissão televisiva, ao vivo, para o mundo todo.

A missão foi um sucesso, atingindo o objetivo do antigo Presidente americano John Kennedy, sendo que o astronauta, comandante da missão, tornou-se o primeiro homem a caminhar na superfície lunar, numa experiência de duas horas, acompanhado por seu companheiro Edwin Aldrin.

A nave foi dividida em dois módulos, uma parte continuou no espaço enquanto a outra fazia o pouso.

Ao chegarem à superfície da lua e pousarem, permaneceram por seis horas e meia dentro da nave, até serem liberados pela NASA para abrirem a escotilha.

Ao sair do módulo, Neil Armstrong testou se poderia ou não pisar no solo lunar. Carregava consigo uma câmera de TV, que fazia a transmissão das imagens. Suas pegadas ficaram marcadas, e puderam ser vistas em várias fotos e filmagens que os mesmos fizeram.

Segundo os astronautas, a aparência física da lua era de solo granulado e cinza, tendo uma característica empoeirada.

O peso de Armstrong, com a devida roupa, chegava a apenas trinta quilos, em consequência do campo gravitacional, seis vezes menor que o da Terra. O peso da mochila o puxava para trás, fazendo perder o equilíbrio nos primeiros minutos, mas o astronauta conseguiu contornar a situação rapidamente.

Aldrin também se arriscou em caminhar pela superfície lunar, hasteou a bandeira americana e fez continência à mesma.

Coletaram amostras do solo e tiraram cerca de cem fotografias. Por último, conversaram com o presidente americano, Richard Nixon, e foram assistidos por milhões de telespectadores do mundo.

Das imagens vistas aqui da Terra, dava a impressão que os dois astronautas brincavam em solo lunar, dando pulos, testando a baixa gravidade do local.

Hoje sabe-se que a massa da Lua é oitenta e uma vezes menor que a da Terra, assim como seu diâmetro é 3,66 vezes inferior. Não possui atmosfera e sua superfície é bem acidentada, com montanhas e crateras.

Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Equipe Brasil Escola

A Terra é azul!!!

A bordo de sua nave vostok,yuri Gagarin foi o primeiro homem a viajar em volta da Terra. Emocionado,ao vê-la do espaço,repetia sem parar:
-A Terra é azul,a Terra é azul!

O voo de Gagarin foi uma revolução em todos os sentidos. O mundo vivia o início da corrida espacial entre os EUA e a União Soviética e todos os tipos de objetos e animais já haviam sido lançados ao espaço. Antes de Gagarin, cães, macacos, sapos e ratos já haviam dado aos cientistas informações suficientes sobre o ambiente espacial, mas a colocação de um homem na órbita da Terra ainda não havia sido tentada.

Quando foi lançado, Gagarin tinha apenas 27 anos de idade e no momento em que a cápsula entrou em órbita, foi promovido imediatamente de tenente a major da força-aérea. A cápsula atingiu 320 km de altitude e permaneceu no espaço por 108 minutos, tempo suficiente para completar uma volta ao redor da Terra e marcar o início definitivo da presença do Homem no espaço.

Yuri Gagarin


Breve história da conquista do espaço

Do Sputnik à Columbia, veja como o homem realizou o sonho de voar além da atmosfera


Foguetes são uma invenção antiga: há 700 anos os chineses já os usavam como arma de guerra. Mas só em 1903 o professor russo Konstantin Tsiolkovski determinaria os princípios para o uso de foguetes no espaço sideral. A idéia das viagens espaciais já era popular e a descoberta de que os foguetes poderiam levar o homem ao espaço fez surgirem grupos interessados no assunto na Europa e Estados Unidos. Mas a era das viagens espaciais só começaria em 4 de outubro de 1957, quando os soviéticos lançaram ao espaço o primeiro satélite artificial, o Sputnik 1, não-tripulado.

A partir daí, os avanços foram rápidos. Estudos sobre a viabilidade de enviar humanos ao espaço começaram logo depois, e em 12 de abril de 1961, o russo Yuri Gagárin tornou-se o primeiro homem a orbitar a Terra, a bordo da nave Vostok 1. Em 18 de março de 1965, deu-se outro grande passo para a conquista do espaço: o soviético Alexei Leonov ficou 20 minutos flutuando no vazio acima daTerra. Pela primeira vez um homem saía da nave e passeava pelo espaço. Em 20 de julho de 1969, os americanos Neil Armstrong e Edwin Aldrin deixaram a nave Apollo 11 a bordo do módulo lunar e pousaram no satélite da Terra.

Em 1972, o presidente americano Richard Nixon autorizou a construção do primeiro ônibus espacial -- mistura de avião e foguete capaz de orbitar a Terra como um foguete, pousar em uma pista de aeroporto como um avião e fazer viagens regulares ao espaço. Em setembro de 1977 ficou pronto o primeiro protótipo, o Enterprise. Usada para testes de lançamento, planagem, aproximação e aterrissagem, a nave nunca foi ao espaço.

Surgia o ônibus espacial como é conhecido hoje: uma nave triangular que decola presa a um grande tanque de combustível cilíndrico e dois foguetes propulsores. Após cumprir sua missão no espaço, a nave desce planando e pousa como um avião. O tanque de combustível é ejetado e se desintegra na atmosfera. Os foguetes propulsores caem de pára-quedas no mar e são recolhidos para posterior reutilização. Foi construída uma frota de quatro naves que revolucionariam os vôos orbitais na década de 80: Columbia, Challenger, Discovery e Atlantis. A bordo delas, astronautas lançam e recuperam satélites, põem em órbita telescópios espaciais, disparam sondas robotizadas para explorar os planetas e fazem experimentos em condições de microgravidade.

Foi com os ônibus espaciais que ocorreram os dois mais graves acidentes dahistória do homem no espaço. Em 28 de janeiro de 1986, a Challenger explodiu 73 segundos após a decolagem para sua décima missão. Os sete tripulantes morreram. A investigação provou que o frio intenso da noite anterior haviadanificado o anel de vedação do foguete de combustível. Uma chama escapou pela vedação defeituosa e atingiu o tanque externo de combustível, o que causou o acidente. Para substituir a Challenger, a Nasa construiu o ônibus espacialEndeavour. Em 1 o de fevereiro de 2003, ao reentrar na atmosfera para o pouso de sua 28 a missão, a Columbia se partiu em pedaços. A Nasa ainda investiga a causa da explosão.

Adriana Melo

Ciência Hoje on-line
11/02/03