Fazendo História e criando novos caminhos...

Esse blog é um espaço destinado àqueles que curtem História, buscando conhecimentos e novas formas de entender esse mundo. Venha trilhar esses caminhos de descoberta e aprendizado!
Não perca o trem da História!
Atenção alunos! Os trabalhos sobre os filmes já estão publicados nas páginas de cada série. Bom trabalho!

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Crise de 1929



Esta foto foi tirada nos EUA durante a Crise econômica de 1929, conhecida como Quebra da Bolsa de Nova York. A Principal consequência desse fenômeno foi a falência de muitas empresas e o desemprego generalizado. Veja esquema:
"100 dólares irão comprar este carro, mas precisa ser em dinheiro, perdi tudo na mercado financeiro"

Crise Econômica de 2008 de maneira muito simplificada

Para quem não entendeu ou não sabe bem o que é ou o que gerou a crise americana, que agora se alastra a toda a velocidade pela europa, segue um breve relato económico para todos entenderem:

O Ti Jaquim tem uma tasca, na Vila Carrapato, e decide que vai vender copos "fiados" aos seus leais fregueses, quase todos bêbados, quase todos desempregados.

Porque decide vender fiado, ele acha que pode aumentar um pouquinho o preço do quartilho e do bagaço, por conta do risco. Os clientes tesos não reclamam o novo preço.

O gerente do banco do Ti Jaquim, um ousado gestor formado em universidade famosa e de muitos pergaminhos, decide que o livrinho das dívidas da tasca do Ti Jaquim constitui, afinal, um activo recebível e rentável. Vai daí, adianta dinheiro ao Ti Jaquim, aceitando o fiado dos tesos e desempregados, entre outros créditos bons, como garantia

Descobrindo a galinha dos ovos de ouro, outros gestores igualmente muito executíveis e não menos ousados agarram nesses créditos e transformam-nos em "produtos financeiros" com nomes indecifráveis para o comum dos mortais, CDB, CDO, CCD, UTI, OVNI, SOS ou qualquer outro acrónimo financeiro que ninguém sabe exactamente o que quer dizer.

A partir daqui, outros bancos servem-se desses produtos financeiros desconhecidos mas aceites como bons e de cobrança garantida para através deles apoiar o mercado de capitais e sustentar mais e mais operações financeiras, fundos e derivados.

A origem de todo este movimento financeiro, todo mundo desconhece (os tais livrinhos das dívidas do Ti Jaquim).

A páginas tantas, esses derivados financeiros já estão à venda nos balcões de bancos e instituições de crédito de 73 países.


Tudo corre na perfeição até que... alguém descobre que os bêbados e desempregados da Vila Carrapato estão tesos e como tal não têm dinheiro para pagar as contas.
É assim que a tasca do Ti Jaquim vai à falência. E com ele toda a cadeia se fu...


Viu... é muito simples...!!!

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

História dos ciganos

Ciganos: Sem destino

A história dos ciganos, que hoje são cerca de 12 milhões espalhados pelo mundo inteiro, não é tão colorida quanto eles: teve diáspora, perseguição, escravidão e genocídio

Isabelle Somma | 01/09/2007 00h00

Em uma determinada noite do começo dos anos 40, o médico nazista alemão Josef Mengele reuniu 14 pares de gêmeos no campo de concentração de Auschwitz, na Polônia. Colocou as crianças sobre sua mesa e as fez dormir. Calmamente, injetou clorofórmio em suas veias. A morte foi instantânea. Mais tarde, as abriu e meticulosamente dissecou seus cadáveres.

As crianças não eram judias. Eram de um outro grupo cuja história também é marcada por diáspora, perseguições, escravidão e genocídio, especialmente na Segunda Guerra. Os ciganos – termo genérico para designar grupos que se autodenominam rom, calon e sinti, entre outros – podem ser encontrados em várias partes do mundo, divididos em culturas, religiões e línguas diferentes. Alguns têm o dialeto, a profissão ou apenas a opção pela vida itinerante. O que todos os cerca de 12 milhões espalhados pelos cinco continentes têm em comum é uma longa história pautada pelo preconceito. Que continua ainda hoje.

Pouco se sabe sobre a origem dos ciganos – que, assim como quase tudo que diz respeito a eles, está marcada por fantasias. Alguns dizem que eles descendem de egípcios do tempo dos faraós. Outros, de uma região conhecida como “Novo Egito”, na Grécia – daí a palavra “cigano”, que vem de “egipciano”. Essa história, contudo, é totalmente descartada por estudiosos do assunto. Para eles, os ciganos teriam vindo do Paquistão e do norte da Índia, nos atuais Rajastão e Punjab. A maior prova disso vem de estudos lingüísticos. O romani, a língua falada por eles, possui grandes semelhanças com o hindi, falado na Índia. A análise biológica corrobora essa tese. Um estudo realizado com integrantes de comunidades ciganas da Europa demonstrou que era possível traçar a origem indiana de boa parte dos ciganos pesquisados.

Grupo migrante

Dali, um grande contingente teria partido em uma espécie de diáspora. Ainda hoje existem comunidades ciganas na Ásia, assim como nos locais por onde passaram até chegar à Europa, como o Oriente Médio e norte da África. “Por que e quando eles deixaram a Índia, quais foram os grupos que fugiram e como se relacionavam entre eles ainda é tema de debate entre os estudiosos”, diz David Nemeth, professor de Geografia e Planejamento da Universidade de Toledo, em Ohio, nos Estados Unidos, especialista em povos nômades. “Alguns dizem que todos deixaram a Índia de uma vez, há mil anos. Outros dizem que eles foram saindo gradualmente.”

Um problema, de acordo com os especialistas, é falar dos ciganos como se eles fossem um grupo racial, um povo. “A explicação da origem indiana dos ciganos dá a falsa impressão de que eles são um grupo fechado, constituído como uma unidade isolada na Índia e que viajou mantendo essa integridade”, afirma a antropóloga Florencia Ferrari, cuja pesquisa de doutorado na Universidade de São Paulo é sobre ciganos de São Paulo. Na verdade, eles apresentam uma grande mistura.

O estudo lingüístico aponta uma provável data em que a maior leva de ciganos teria deixado seu território de origem: meados do século 11. Esse período coincide com a invasão, ao norte do subcontinente indiano, do sultão persa Mahmoud Ghazni (971-1030). Acredita-se que o sultão vitorioso teria expulsado essa população, provavelmente uma casta de guerreiros, do território conquistado entre 1001 e 1026.

Há outras teorias para o movimento dos ciganos. Alguns especialistas supõem que eles pertençam a um antigo grupo de viajantes que nunca parou de se deslocar. Outros, que eram grupos sedentários forçados a deixar a Índia devido à expansão de outros povos. Também não se descarta que eles eram párias expulsos de suas terras.

Tudo isso é suposição por causa da falta de relatos escritos sobre o assunto. Os ciganos mantêm sua história através da tradição oral – e muito do que se passou entre eles foi perdido. Segundo Isabel Fonseca, autora de Enterrem-me em Pé – A Longa Viagem dos Ciganos, o primeiro documento escrito que menciona os ciganos é um contrato de compra e venda do século 10. Mais tarde, monges relatam sobre os “atsiganoi”, povo itinerante de adivinhos e ventríloquos que visitou o imperador bizantino Constantino IX em 1054.

A diáspora cigana levou-os a migrarem a oeste, fazendo com que se espalhassem pela Europa a partir do século 14. “Quando apareceram pela primeira vez na Europa, os ciganos apresentaram-se como peregrinos e liam a sorte: duas boas profissões numa época de superstição”, afirma a autora. Os grupos começaram a percorrer com maior assiduidade certas regiões, e acabaram adotando a língua e a religião delas. Mas sem perder seus próprios costumes e língua.

Perseguição e caça

Dessa mesma época já datam os primeiros registros de perseguições contra os ciganos. Em 1471, leis contra eles foram aprovadas na Suíça. Na península Ibérica, a chamada Reconquista Cristã, em 1492, significou não apenas a expulsão de árabes e judeus, mas de ciganos também. No século 16, os ciganos também foram expulsos da França, durante o reinado de Luís XII, e da Inglaterra, pelo rei Henrique VIII. Mais tarde, Elizabeth I fez pior: durante seu reinado, entre 1558 e 1603, uma lei tornava ilegal ser um cigano. Isso quer dizer que a pessoa era condenada à morte simplesmente por ser filha de pais ciganos. “Eles se tornaram os últimos bodes expiatórios dos males sociais da sociedade do período Tudor”, afirma Thomas Acton, professor de Estudos Romani da Universidade de Greenwich, Inglaterra.

A perseguição nos Bálcãs foi ainda mais aguda. A partir do século 13, os ciganos foram vistos como estrangeiros que não eram bem-vindos. Acabaram escravizados. A libertação ocorreu apenas em 1864. Na Romênia não foi diferente: os ciganos foram feitos escravos lá até o século 19. Em 1445, o príncipe Vlad Dracul, da Valáquia (antiga província da Romênia), escravizou em seu país cerca de 12 mil pessoas da Bulgária. Essa gente, de acordo com registros da época, “parecia egípcia”. Vlad Dracul, apenas a título de curiosidade, é pai do príncipe que ficou conhecido pela alcunha de Drácula.

A partir do século 16, países como Suíça, Holanda e Dinamarca, passaram a promover o que ficou conhecido como “caçada aos ciganos”. Ela funcionava mais ou menos como uma caçada a raposas mesmo, quase um esporte. Não era preciso o sujeito ter cometido crime algum para ser aprisionado ou morto como um animal. Recompensas e honras eram prestadas aos que participavam das caçadas. Na Dinamarca, por exemplo, uma grande caçada foi marcada para o dia 11 de novembro de 1835. O resultado foram 260 homens, mulheres e crianças presos ou mortos.

Preconceito

Alguns pesquisadores acreditam que a origem do preconceito contra as comunidades ciganas esteja relacionada com as profissões com as quais eles ganhavam a vida. Segundo Nemeth, os ciganos historicamente lidam com três ramos de ocupação nada bem vistos na Idade Média. Eles estão associados à indústria da “diversão”, como músicos, dançarinos e adivinhos, da “morte”, como açougueiros, e da “sujeira”, como ferreiros. Várias lendas populares pipocaram na Europa na Idade Média. Uma delas é a de que o ferreiro que fez os pregos colocados em Jesus na cruz era cigano. Jesus então teria amaldiçoado todos os ciganos com uma vida de vagância.

Aliás, é o nomadismo o fator apontado como o principal motivo da desconfiança que vários povos alimentaram contra eles. “A estigmatização da vida errante se tornou um fator de demonização daqueles ciganos que eram nômades comerciais”, afirma Acton. A necessidade de deslocar-se pela lunga drom – ou “longa estrada”, em romani –­, geralmente em coloridas caravanas, fez com que os ciganos tivessem um contato mínimo com o mundo gadjikane – “não-cigano”. Assim, o grupo continuaria com seu estilo de vida. A história da polonesa Papuzsa (“boneca” em romani) é prova de que muitos grupos temem que seu modo de vida seja alterado pela revelação de seus costumes. Harpista, ela compunha música e poesia contando os sofrimentos de seu povo. No fim da década de 50, um poeta publicou a tradução de seus poemas em polonês, à revelia da vontade de Papuzsa. Resultado: foi expulsa da comunidade por traição. Morreu em 1987, só e esquecida.

A partir do fim do século 18, com a ascensão do capitalismo industrial e a rápida urbanização, o que era visto como uma diferença apenas cultural passou a ser visto como um comportamento motivado por uma questão racial. O racismo culminou com a Segunda Guerra Mundial. Além de judeus, homossexuais, comunistas e opositores do regime, os nazistas também perseguiram implacavelmente os ciganos. Eles foram deportados para campos de concentração e foram alvo dos einsatzgruppen, esquadrões móveis de extermínio. Não há estatísticas exatas sobre o número de vítimas, mas estima-se que, dos cerca de 1 milhão de ciganos que viviam na Europa antes da guerra, pelo menos 500 mil tenham sido eliminados no Holocausto.

Com o fim do conflito, muitos deles imigraram para os Estados Unidos – que, atualmente, é o país com o maior número de ciganos no mundo, cerca de 1 milhão. A última lei contra os ciganos no país, que impedia a entrada deles no estado de Nova Jersey, só foi eliminada na década de 90. Os que ficaram na Europa, no entanto, continuaram a ser sistematicamente perseguidos por diferentes governos. Na Bulgária, a língua e a música ciganas foram proibidas. Na antiga Tchecoslováquia e na Noruega, políticas oficiais promoveram campanhas de esterilização de mulheres ciganas. Até 1972, o governo suíço tomava crianças ciganas de seus pais para serem criadas por famílias não-ciganas.

A maioria deles, 8 milhões, ainda vive na Europa. É a maior minoria sem país do continente. A partir de 1989, começaram a surgir partidos políticos ciganos, que tentam reverter políticas discriminatórias. Atualmente, há programas de televisão falados na língua romani na Romênia e na Macedônia. Se, por um lado, isso pode ser um fator que ajude a diminuir o preconceito em alguns locais, por outro pode também significar a absorção dos ciganos pela cultura gadjikane. O destino deles, porém, é difícil de ser lido.

Ciganos pelo mundo

A relação entre os vários grupos ainda não é conhecida

Há diversos grupos de ciganos espalhados pelos cinco continentes. Abaixo estão os principais. Muitos falam uma língua próxima, o romani (ou romanês) – com muitas palavras emprestadas de línguas locais. Grupos que vivem no Brasil, por exemplo, dizem: “Vamos pinhá o paim”. Querem dizer: “Vamos beber água” – a estrutura é a do português, mas com palavras em romani. Grupos de viajantes, como artistas circenses, são confundidos com os ciganos por serem nômades.

Erlides

Também conhecidos como yerlii ou arli, os erlides são mais comuns em comunidades localizadas no sudeste da Europa e na Turquia. Muitos deles são muçulmanos ou cristãos ortodoxos. Há ainda pequenos grupos na Palestina, Jordânia e também no Iraque.

Roma

Os rom, ou roma, têm origem não-ibérica e são o grupo mais numeroso. Tanto que possui subgrupos, como os kalderash, matchuara, lovara e tchurara. Podem ser encontrados na Europa (especialmente nos Bálcãs), nos Estados Unidos e no Brasil. “Muita gente confunde os roma com os romenos. Há ciganos romenos, mas nem todo romeno é cigano”, diz o professor David Nemeth.

Gitanos

Chamado também de calon, o grupo é encontrado principalmente na península Ibérica, no norte da África e no sul da França. Na Espanha, os gitanos são associados à música e à dança – o flamenco é considerado de origem gitana. O mais famoso é o grupo francês Gipsy Kings. No Brasil, há uma grande quantidade de grupos calon, que se dedicam ao comércio de carros, mantas e ouro – as mulheres, à leitura da sorte.

Sinti

Os sinti ou manouch também reconhecem uma origem na Índia e praticam o nomadismo. Eles falam a língua sintó e são encontrados principalmente na Alsácia, entre outras regiões da França, na Alemanha e na Itália. Há poucos deles no Brasil, chegados também no século 19.

Romnichal

O grupo mais numeroso na Grã-Bretanha, encontrado nos Estados Unidos e na Austrália, é chamado também de rom’nie. Sua história remonta ao século 16, quando teriam chegado à Inglaterra. Foram expulsos e perseguidos no país ao longo dos séculos, mas ainda são numerosos lá.

JK era cigano

Bisavô do presidente brasileiro chegou aqui no século 19

A história dos ciganos no Brasil se confunde com o início de nossa colonização. Segundo o geógrafo Rodrigo Teixeira Corrêa, autor de História dos Ciganos no Brasil, o primeiro registro é de 1574, quando o comerciante João Torres, sua mulher e seus filhos foram expulsos de Portugal para cá. A maioria dos que aqui chegaram veio da península Ibérica, mas os que imigraram mais recentemente, no século passado, vêm da Europa Oriental. No século 16, os ciganos degredados se instalaram principalmente na Bahia. O comércio é a principal atividade ligada a eles até hoje. Há registros, do século 18, da presença de comunidades nômades em Minas Gerais – mas apenas dão conta de problemas em que eles se envolviam, como roubos e brigas. Em Minas, mais precisamente em Diamantina, viveu a família do mais ilustre descendente de cigano do país. O primeiro cigano não-ibérico a aportar no Brasil foi Jan Nepomuscky Kubitschek, no século 19. Reconheceu o sobrenome? Seu bisneto, Juscelino, assumiu a presidência do país em 1956.

Vários ciganos, como ele, deixaram a vida nômade, mas há milhares que ainda vivem dessa forma nos grandes centros urbanos. Há entre eles artistas circenses e comerciantes – e, claro, mulheres que lêem a sorte. Não há fontes seguras nem censo sobre o número de ciganos no Brasil – acredita-se que haja cerca de 600 mil. Assim como em outros países do mundo, o principal problema da comunidade é a documentação. Aqueles que não possuem endereço fixo têm problemas para conseguir acesso a serviços públicos. “Não possuir documento é uma opção deles”, diz a antropóloga Florencia Ferrari. “A questão fascinante é como e por que eles escolhem viver assim.”

Costumes próprios

Grupos evitaram casamentos com não-ciganos na tentiva de preservar a cultura

Por causa do convívio com os gadjikane (“não-ciganos”), os ciganos mantiveram determinados costumes para não se “contaminar” pela cultura externa. Evitaram durante séculos, por exemplo, casamentos com não-ciganos. Alguns deles só falam romani. “Para se referir a um não-cigano, há ciganos no país que o tratam por ‘brasileiro’. Isso reforça a idéia de que eles são supranacionais”, diz a antropóloga Florencia Ferrari. Outra característica é que eles também evitaram freqüentar escolas. Segundo a pesquisadora Isabel Fonseca, cerca de três quartos das mulheres ciganas são analfabetas. Isso se mostra na própria língua romani, que não tem forma escrita. Nela, não existem palavras específicas para “escrever” e “ler”. Em seu lugar, são usadas palavras da língua local, onde quer que o grupo se encontre, ou adaptações. A palavra gin, que significa “contar”, faz as vezes de “ler”. Outro costume cigano é as mulheres lerem a sorte, além de usarem saias longas – mostrar os joelhos é um tabu para elas, assim como cortar as unhas. A segregação dos sexos também é um hábito. Homens e mulheres, por exemplo, não comem juntos. As comunidades ciganas valorizam os ritos, como casamento e funeral. Os casamentos são resultado de combinações entre famílias. Os noivos se casam muito jovens. Aos 10 anos ou menos, logo após a primeira menstruação, as meninas já estão aptas a contrair matrimônio. Além disso, a religião não ocupa lugar privilegiado na vida dos ciganos. Há comunidades que ainda preservam algumas características do shaktismo, uma corrente do hinduísmo. Alguns símbolos da antiga religião são identificados pelos gadjikane com a maior parte dos ciganos, como o tridente, arma utilizada pelo deus hindu Shiva. A palavra para tridente, em romani, é a mesma que alguns ciganos cristãos utilizam para cruz. Portanto, o que houve na maioria dos casos foi a assimilação das religiões por onde as correntes migratórias passaram. Na Europa e nas Américas, o cristianismo é a principal fé. Já no Oriente Médio e nos Bálcãs, há ciganos muçulmanos.

Saiba mais

Livros

Enterrem-me em Pé – A Longa Viagem dos Ciganos, Isabel Fonseca, Companhia das Letras, 1996.

A autora se embrenhou entre grupos de várias partes do mundo para descrever sua cultura e sua história.

História dos Ciganos no Brasil, Rodrigo Corrêa Teixeira, Núcleo de Estudos Ciganos, Recife, 1999

O autor apresenta a trajetória dos ciganos ibéricos e não-ibéricos no país.

Palavra Cigana – Seis Contos Nômades, Florencia Ferrari, Cosac Naify, 2005

A antropóloga reúne aqui contos da tradição oral de comunidades ciganas do mundo todo.

http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/historia/ciganos-destino-435531.shtml

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

História das armas de fogo

Qual é a origem das armas de fogo?

As primeiras delas, ainda improvisadas, provavelmente surgiram na China logo após a invenção da pólvora, no século IX. Em tubos de bambu, essa mistura de salitre, enxofre e carvão vegetal que explode em contato com o fogo era usada para atirar pedras. Os árabes aperfeiçoaram o invento no século XIII, quando os canhões passaram a ser feitos de madeira e reforçados com cintas de ferro. Mas a contribuição decisiva veio no século XIV, quando surgiram os primeiros canhões de bronze, mais seguros. "O canhão abre caminho para a evolução tanto do armamento pesado quanto do individual", diz o historiador João Fábio Bertonha, da Universidade Estadual de Maringá, Paraná. As primeiras armas de fogo portáteis aparecem no século XV. "É uma verdadeira revolução: os soldados ganham outra importância e as táticas de guerra mudam completamente", afirma João Fábio. A primeira arma individual amplamente usada em batalhas é o mosquete, criado no século XVI. Mas a invenção é lenta e tem péssima pontaria.

No século seguinte, com o fuzil de pederneira, a pontaria melhora, mas muitos disparos falham e o soldado ainda precisa abastecer manualmente a arma com a pólvora e o projétil. No século XIX, a criação dos cartuchos e dos mecanismos de carregamento pela culatra tornou as armas mais confiáveis e impulsionou de vez a tecnologia bélica. O ponto culminante foi a automação, com a invenção da metralhadora em 1884. Para completar, os modelos de submetralhadoras, fuzis de assalto e pistolas automáticas do final do século XX tornaram infinitamente mais preciso - e perigoso - o poder de destruição das armas.

Bang! Bang!Evolução dos armamentos começa na Idade Média e deslancha na Era Moderna

SÉCULO XIII

Os primeiros canhões eram dispositivos rudimentares, feitos de madeira e reforçados com cintas de ferro. Um século depois, apareceram os modelos de metal fundido, mais seguros, que mudaram a história das guerras

SÉCULO XVI

A primeira arma de fogo portátil, o mosquete, era muito pesada (10 quilos) e difícil de recarregar: o soldado precisava introduzir o pavio e a bala pela boca do cano. Como a operação demorava alguns minutos, depois do primeiro tiro era muito mais fácil usar a espada. Mas a pistola não demorou a ser inventada, a partir de um mosquete reduzido. Ela passou, então, a ser usada nas guerras, como arma reserva, o último recurso de defesa em situações de emergência

SÉCULO XVII

O fuzil de pederneira aposentou definitivamente o mosquete, pois tinha alcance muito maior e pontaria bem mais precisa. Com ele, um soldado bem treinado conseguia atirar duas ou três vezes por minuto - mas ainda precisava carregar pólvora e balas em um saquinho

SÉCULO XVIII

O fuzil de retrocarga tornou o recarregamento muito mais rápido e seguro: pela culatra (a traseira da arma), colocava-se um cartucho que já unia bala e pólvora num único dispositivo. Assim, passou a ser possível disparar até sete tiros por minuto

SÉCULO XIX

O revólver, patenteado em 1835 pelo americano Samuel Colt, introduziu o tambor giratório, capaz de disparar vários tiros apenas pressionando o gatilho seguidamente. Os calibres .38 e .45 foram adotados pelos exércitos no começo do século XX - mas, uma década depois já eram substituídos pelas pistolas automáticas

A metralhadora, inventada pelo inglês Hiram Maxim em 1884, trouxe outra grande vantagem: a saraivada rápida e automática enquanto o gatilho permanecer pressionado. Da Primeira Guerra Mundial em diante foi adotada por todos os exércitos

SÉCULO XX

O fuzil de assalto pode tanto funcionar automaticamente quanto disparar rajadas de três tiros a cada aperto no gatilho. Hoje, é a arma de infantaria mais usada pelos exércitos. Os mais comuns são o Colt M 16 (americano) e o Kalashnikov AK 47 (russo): há quase 50 milhões deles no mundo

A submetralhadora, ou metralhadora de mão, se popularizou na Segunda Guerra Mundial, por ser muito mais eficiente para tiros à queima-roupa até 150 metros de distância. As mais modernas, como a famosa Uzi israelense, disparam até 600 tiros por minuto. As primeiras pistolas automáticas já haviam surgido no final do século XIX, mas só emplacaram em modelos muito mais modernos, como a Beretta M9. Criadas na década de 80, essas armas têm capacidade para saraivadas de 15 tiros.

http://mundoestranho.abril.com.br/materia/qual-e-a-origem-das-armas-de-fogo

Comportamento Social na Inglaterra, Séc. XIX (2)

Na publicação passada, abordei a frivolidade com que viviam os aristocratas da Era Vitoriana. Eles possuíam uma vida que aparentava ser boa, mas, indo a fundo, podemos perceber como as relações eram vazias e sem sentido e como era tedioso o cotidiano (especialmente das madames) da classe alta nesse século.
Hora de abordar aquele grupo de pessoas que, nem aparentava, nem tinha a vida boa: a classe baixa...\o/

Pobreza e riqueza misturados nessa pintura de William Frith.
"Poverty and Wealth", por William Frith.

Segundo Tópico: A Classe Baixa

A classe baixa era composta por pessoas que se tornaram desempregadas (na área rural) de uma hora para outra e tiveram que migrar para as cidades, além dos próprios habitantes dos centros urbanos. A intensa atividade industrial da Era Vitoriana foi um dos motivos que resultou nessa urbanização, nesse movimento migratório.
Os menos afortunados viviam em cortiços ou em casas abandonadas pela classe alta decadente; não havia água nem boas condições sanitárias (contribuindo para a disseminação de doenças, inclusive), tal como a falta de segurança e a não-existência de escolas contribuía para a má qualidade de vida dessas pessoas.
Nas indústrias, não é novidade para ninguém: as jornadas de trabalho eram realizadas das 5:30 da manhã, podendo ultrapassar as 10:00 da noite. Homens, mulheres e crianças eram aceitos nesses empregos, ainda que mulheres e crianças obtivessem um salário menor, com o mesmo tempo feito por homens. Mesmo para o sexo masculino, o trabalho, além de pesado e estressante, rendia ordenados baixíssimos para os trabalhadores. Nessa época, por conseqüência desse fator, a taxa de alcóolatras e viciados (especialmente em ópio) era grande.

As dificuldades da classe baixa.
"From Hand to Mouth — He Was One of the Few Who Would Not Beg", por Thomas Faed.

Obviamente, além do trabalho nas fábricas (e também nas minas), havia as profissões exercidas na rua (vendedores, hospedeiros, por exemplo), aquelas que exigiam uma determinada habilidade (carpinteiros, ferreiros,...), ou o trabalho prestado à classe alta (mordomos, faxineiras, motoristas de carruagens...).
As crianças também trabalhavam fora de fábricas; quem nunca topou, por exemplo, com histórias ambientadas no século XIX que continham personagens como os pequenos "matchsellers" (vendedores de fósforos), "flower sellers" (vendedoras de flores), entre outros? Essa, infelizmente, é uma realidade presente nos dias de hoje em países como o nosso, em que o trabalho infantil continua a ser utilizado, e nós continuamos a ver crianças vendendo balas e frutas nos sinais, para não dizer coisas piores, como drogas... No século XIX, existe ainda uma estimativa de que a maioria das prostitutas estava entre 15 e 22 anos de idade, ou seja, garotas extremamente jovens - um problema que persiste no mundo atual, a exploração sexual infantil...

O êxodo rural.
"Hard Times", por Sir Hubert von Herkomer.

Lembrando que as mulheres ricas não trabalhavam, as de classe inferior, em geral, precisavam de uma ocupação para sustentar a família e a si mesmas. As mulheres de classe média baixa podiam trabalhar em hospedarias e hotéis, ser vendedoras, governantas ou professoras, além de fazer parte de ordens religiosas. As de classe baixa podiam ser empregadas domésticas, costureiras, lavadeiras, trabalhar nas fábricas, minas e fazendas, entre diversas outras pequenas ocupações. Àquelas sem emprego, restava mendigar ou se prostituir. Essas duas últimas atividades eram algumas vezes punidas pela polícia (!), sendo consideradas algo que hoje corresponderia ao "atentado ao pudor". Para as prostitutas, até é compreensível qual o atentado ao pudor por elas "cometido"; mas há casos registrados depedintes que, por ordem das madames da alta sociedade, eram presas por suas atividades!
Também já foi citada a opulência dos vestidos (com armações gigantescas de saia) e dos acessórios das senhoras da sociedade; é claro que esse estilo de vida não correspondia ao da mulher comum de pouco dinheiro. Nós nos acostumamos com a idéia dos vitorianos ricos e suas roupas; mas a realidade dos pobres era bem menos "romântica" e bem mais dura.

Sem casa e com fome, a situação dos desempregados ingleses...
"Houseless and Hungry", por Sir Luke Fildes.

A educação era algo muito restrito à população menos favorecida. Ela até existia para algumas crianças, mas, mesmo para essas, era algo básico, sem comparação com o ensino de Gramática Latina e Grega a que os meninos de Eton, por exemplo, tinham acesso. A educação formal para crianças pequenas era dada pela escola dominical (aquela da igreja), quando ela era dada. A maioria das crianças nem chegava a freqüentar esse tipo de local, principalmente por conta do trabalho que tinham que efetuar nas fábricas e minas. Na verdade, um sistema educacional básico só foi criado pelo governo inglês em 1870, mas ainda era dirigido pelas igrejas que antes faziam o trabalho voluntariamente.

A Vida no Século XIX

O Avanço Tecnológico

O avanço tecnológico acelerou a passagem de uma economia essencialmente agrária e artesanal para uma economia industrial, e isso transformou a vida das pessoas no século XIX.

Com a Revolução Industrial as pessoas podiam viajar em trens a vapor, numa velocidade de 150 km por hora, ou em navios também movidos a vapor.

A Revolução Industrial trouxe progresso e inúmeros benefícios materiais e conforto às pessoas. A máquina diminuiu os esforços físicos dos homens. A burguesia chegou ao poder e passou a conduzir a economia. As casas burguesas da Inglaterra, no século XIX, já contavam com iluminação a gás. Luxos como cortinas e tapetes tornaram-se mais acessíveis, sobretudo quando adquiridos nos grandes magazines que surgiram em Londres ou Paris a partir de 1840.

A vida ficou mais interessante com as máquinas fotográficas, os gramofones, as máquinas de escrever e as porcelanas inglesas, entre outros.

Em 1840, a Inglaterra introduziu o selo em seu serviço postal; o famoso Penny Black, lançado pelo governo inglês.

Antonio S. G. Meucci criou um protótipo do telefone, e vendeu a sua criação a Alexander Graham Bell, que o aperfeiçoou em 1876 e o patenteou como invenção sua. Somente em 2002, o Congresso dos Estados Unidos aprovou uma resolução reconhecendo Meucci como o inventor verdadeiro do telefone.

O fonógrafo foi inventado por Thomas Alva Edison, em 1877. O fonógrafo é um aparelho para registrar e reproduzir o som.

Em 1900, a maior parte do mundo estava interligada pelos cabos do telégrafo elétrico.

Com os avanços as notícias difundiam-se com mais rapidez.

As Cidades do Século XIX

Mas, os benefícios do progresso não eram para todos. As cidades do século XIX, como Londres ou Paris, cresceram sem planejamento. Operários e burgueses já não dividiam a mesma vizinhança; os trabalhadores moravam junto às fábricas enquanto os patrões moravam nos subúrbios mais distantes e arborizados.

As cidades foram surgindo em torno das fábricas. As ruas eram estreitas e formavam labirintos; as casas dos operários eram pequenas e miseráveis, grudadas umas às outras. Os cômodos não tinham janelas.

O ar sufocava com os gases das chaminés e não havia serviços públicos básicos, como água limpa ou rede de esgotos. Essas cidades industriais eram feias, sujas e tristes; seus rios, imundos. Essa situação favorecia a disseminação de epidemias e doenças; cólera, varíola, escarlatina e tifo eram frequentes entre os trabalhadores. O trabalho nas fábricas consumia cerca de 15 horas por dia de homens, mulheres e crianças – algumas com apenas 5 anos. Os salários eram muito baixos, não permitindo aos trabalhadores usufruírem das maravilhas da sociedade industrial.

As aldeias transformaram-se em grandes cidades e parte da população rural deslocou-se para os centros urbanos em busca de trabalho nas fábricas. Aliado ao aumento da produção e da produtividade houve sensível aumento populacional: entre 1750 e 1850, a população da Inglaterra quase triplicou.

O preço na alimentação foi reduzido com o progresso nos métodos agrícolas – a máquina semeadora é um exemplo -, a importação de mercadorias de outros países, como os Estados Unidos, e o barateamento nos transportes devido às estradas de ferro.

A invenção da comida enlatada, que se conservava por muito mais tempo, mudou hábitos alimentares. Se até o século XIX, o alimento sempre vinha das hortas e plantações locais, a partir de então ele poderia vir de qualquer canto do mundo.

O Trabalho nas Indústrias Têxteis

Com a introdução das máquinas, a força muscular deixou de ser necessária ao trabalhador das indústrias têxteis. Passou a ser aproveitado então o trabalho de mulheres e crianças, com salários que chegavam a ser a metade do que se pagava a um homem adulto. Os dedos finos das crianças eram úteis na manutenção das máquinas e seu porte físico adequado ao espaço apertado entre as instalações.

A disciplina era rigorosa e os acidentes de trabalho eram muito frequentes, reflexos de má alimentação e fadiga. Algumas crianças trabalhavam sobre pernas de pau, para alcançarem os teares. Se adormecessem, podiam ter seus dedos estraçalhados nas engrenagens.

A literatura dessa época fala de personagens pálidos, quase sem vida. A partir de meados do século XIX, houve melhoras nas condições de trabalho, devido e reações e pressões dos próprios trabalhadores organizados em associações e sindicatos.

James Watt

Entre 1769 e 1782, o escocês James Watt aperfeiçoou a máquina a vapor. Sua máquina logo foi adaptada ao tear, aos navios e fez nascerem as locomotivas.

Locomotiva a vapor: construída em 1804 pelo inglês Richard Trevithick.

Mais tarde, a Revolução Industrial prosseguiu com a metalurgia, a eletricidade, a indústria química, o motor à explosão e a energia nuclear.

Depois da invenção das máquinas, a vida começou a se acelerar. A travessia do oceano Atlântico, que duraria de seis a oito semanas (as naus que descobriram o Brasil demoraram 43 dias para chegar aqui, por exemplo), teve seu tempo reduzido de 8 a 15 dias. Em 1900, esse tempo diminuíra para uma semana. Nos anos de 1940, ainda de navio, fazia-se o trajeto entre Londres e Nova York em quatro dias e meio. Com o advento dos aviões, esse tempo caiu ainda mais: em 1950, os aviões comerciais faziam a travessia em 18 horas, com os aviões supersônicos (hoje, os aviões supersônicos estão limitados apenas a fins militares), pode-se fazer a viagem em apenas três horas.

05/03/09

Fontes consultadas:

Bresciani, Maria Stela Martins. Londres e Paris no século XIX: o Espetáculo da Pobreza, Ed. Brasiliense, São Paulo, 1994.

Chamberlin, E. R. Cotidiano Europeu no século XIX, Ed. Melhoramentos, São Paulo, 1994.

Iglésias, Francisco. A Revolução Industrial, Ed. Brasiliense, São Paulo, 1981.

http://www.historiamais.com/seculoXIX.htm

Dicas de filmes

Sherlock Holmes 2: O Jogo das Sombras (2)




Robert Downey Junior e Jude Law voltam as telonas para interpretar o detetive Sherlock Holmes e o doutor John Watson respectivamente. Nesse segundo filme a química entre os atores fica mais palpável. Holmes continua tão observador e sarcástico e Watson como o fiel parceiro, apesar dos modos distintos e muitas vezes incompreensíveis do detetive inglês.

Na trama o detetive encontra um vilão a sua altura, o professor James Moriarty (Jared Harris) que tem a mente tão brilhante quanto à de Holmes, mas como vilão ele a usa para o mal. A competição entre os dois acelera e diminui o ritmo do filme.

A história começa em 1891 quando um príncipe herdeiro da Áustria é encontrado morto, a princípio suicídio, mas o investigador inglês encontra indícios de que o nobre foi assassinado e que este é apenas o começo de uma trama maior. Para resolver o caso Holmes e Watson tem a ajuda da cigana Simza Heron (Noomi Rapace).

O diretor Guy Ritchie continua com a fórmula de perfeitas coreografias das lutas e acrescenta um jogo de câmera lenta enriquecendo o visual do filme. Mesmo usando tecnologia é possível se ver no final do século XIX devido a pouca luz utilizada, característica da época e o aumento de figurantes com trajes específicos para enriquecer o filme.

Nessa sequência é possível conhecer o irmão mais velho de Holmes, Mycroft Holmes (Stephen Fry) e conhecer a habilidade de disfarce de Sherlock o que dá sempre um tom de comédia e leveza ao filme. Definitivamente uns dos melhores Sherlock Holmes já visto.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Filme: Os Imortais

A história de Imortais começa comTeseu (Henry Cavill), um camponês que vive uma vida modesta na Grécia Antiga, quando os exércitos do rei Hyperion (Mickey Rourke) chegam até sua aldeia, matam a sua mãe e fazem dele um escravo. Hyperion está na busca de uma arma lendária (um arco) que já foi utilizada por Ares, com a qual ele será capaz de liberar os poderosos Titãs, que irá permitir-lhe conquistar o mundo. Sem o conhecimento de ninguém, Zeus tem sido secretamente orientado Teseu para que ele esteja pronto para derrotar os planos da Hyperion. Junto com Stavros (Stephen Dorff), um ladrão, e Fedra (Frieda Pinto), um oráculo cujas visões ajudam Teseu em sua jornada, eles saem em busca da arma. Imortais acompanhará Theseus, que irá guiar os seus soldados em uma batalha em que Deuses e homens irão lutar contra titãs e bárbaros.

Cartaz do Filme Imortais (Immortals)

Cartaz do Filme Imortais (Immortals)

Visualmente, Imortais é uma grande produção. A visão da Grécia antiga é muito bem elaborada q nos traz uma sensação épica sem perder de vista os pequenos detalhes. As cenas de batalhas são muito bem feitas, e com uma brutalidade que irá agradar a todos os fãs de filmes de batalhas medievais com direito a uma quantidade boa de sangue jorrando nas telas.

A história de Imortais deixa um pouco a desejar, não que seja ruim, mas faltou um algo a mais para fazer com que o público se identificasse mais com os personagens e trama. Alguns dos detalhes conhecidos da mitologia grega são alterados como por exemplo o Minotauro, que no filme passa a ser apenas um homem que usa uma máscara de touro, talvez pra tentar trazer algo mais próximo do real, mas que acaba modificando uma idéia já existente. Em alguns momentos o filme torna-se um pouco cansativo, talvez por não ligar melhor algumas idéias para manter o público atento, mas nada que comprometa demais o resultado final.

A idéia do diretor Tarsem Singh foi criar um filme que parecesse uma pintura e isso ele fez com maestria. Recomendo Imortais para todo mundo, é um filme que tem suas grandes qualidades, mas que faltou algo para se tornar uma grande obra. De qualquer modo, você terá momentos de um bom entretenimento com lutas bem elaboradas e um visual fantástico.


A lenda de Perseu

Temeroso de ver cumprida a previsão de um oráculo, segundo a qual sua filha Dânae daria à luz aquele que lhe roubaria o trono e a vida, Acrísio, rei de Argos, enclausurou-a numa torre.

Zeus, sob a forma de uma chuva de ouro, introduziu-se na torre e engravidou Dânae, que gerou Perseu.

Herói da mitologia grega, Perseu era filho de Zeus com a mortal Dânae. Logo após seu nascimento, o avô abandonou-o ao mar numa arca, em companhia da mãe, para que morressem. A correnteza, porém, arrastou a arca até a ilha de Sérifo, reino de Polidectes, que se apaixonou por Dânae.

Mais tarde, com o intuito de afastar Perseu da mãe, Polidectes encarregou Perseu de perigosa missão: trazer a cabeça da Medusa, a única Górgona mortal.

Com a ajuda de Atena, Hades e Hermes, que lhe emprestaram as armas e a armadura, Perseu venceu as Górgonas e, para evitar a visão da Medusa, que petrificava quem a fitasse, decapitou-a enquanto dormia, guiando-se por sua imagem refletida no escudo de Atena. Passou então a carregar sua cabeça como um troféu, com que petrificava inimigos.

Na Etiópia, Cassiopéia, esposa do rei Cefeu e mãe de Andrômeda, proclamara-se mais bela que as próprias ninfas. Posêidon, furioso, castigou-os com uma inundação e com a presença de um monstro marinho.

Um oráculo informou a Cefeu que a única maneira de salvar o reino seria expor Andrômeda ao monstro, o que foi feito. Perseu, em sua viagem de volta a casa, viu a bela princesa e apaixonou-se por ela. Com a cabeça da Medusa, petrificou o monstro e libertou a jovem, com quem se casou.

De volta à Grécia com a esposa, após resgatar sua mãe do castelo de Polidectes, Perseu restabeleceu o avô Acrísio no trono de Argos mas, como predissera o oráculo, terminou por matá-lo, embora acidentalmente.

Ao sair de Argos, fundou Micenas, e tanto a Grécia como o Egito o honraram como herói.

Fonte: www.nomismatike.hpg.ig.com.br

Perseu com a cabeça da Medusa
Benvenuto Cellini, 1545-1554
Firenze, Piazza della Signoria